
Um destemido Hamlet no caos do século XXI
Nesse Hamlet, apesar de toda a (aparente?) certeza, há uma grande dúvida ou incógnita: o futuro. Os jovens clamam por um futuro com mais oportunidades e condições justas que não sabem se conseguirão usufruir ou se só será vivenciado pelas gerações seguintes.

Fantasia sem perder a naturalidade
No curta-metragem Pássaro-Memória, a interface entre o cinema e as artes cênicas não se dá apenas nos instantes de dança. Desde o início da projeção, o espectador é colocado diante de uma rua-palco.

Imagens que escapam
De início, o espectador enxerga flashes do corpo nu do ator Maurício Lima. A partir de dado momento, as imagens projetadas sob uma superfície escapam, em alguma medida, ao olhar do espectador. Nesse sentido, Arqueologias do Futuro é um solo que intencionalmente continua não se revelando de modo integral diante do público.

Conjugação entre (supostas?) oposições
Janaína Leite desconstrói a representação e, ao mesmo tempo, adere ao mascaramento. Coloca-se, diante da plateia, “sem personagem”. mas, inevitavelmente, interpreta o papel da filha.

Um Hamlet sem subserviência
Sob a condução da diretora Chela De Ferrari, os atores, portadores de Síndrome de Down, se afastam de interpretações consagradas, tanto no que se refere ao texto de William Shakespeare quanto ao modo de representar os personagens.

Um retrato (quase) transparente
Dificilmente a plateia conseguirá desvendar Viviane de Cassia Ferreira já na cena inicial, marcada por uma conversa sobre graus de consciência em meio a citações de Nietzsche. O desenho dela vai ficando mais nítido ao longo da projeção desse filme vencedor da Mostra Aurora na última edição da Mostra de Cinema de Tiradentes.